um banho quente de tesão e ação de pensamentos absurdos

quinta-feira, julho 31, 2008

Fresta soturna na janela da Alexandrina

Na ante sala fico a habitar um imóvel mudo
Em frente da gaiola tem um poste plantado
Ele acende e apaga a cada dez minutos.
A última cerveja não deve ser compartilhada
Quando se está em crise solitária.
Pudera agora concretizar os desejos do corpo.
Tem um galo uníssono cantando agora
E revela-me um segredo
Que finjo ignorar.
As pessoas têm outras coisas para se preocuparem.
Eu não. Quero satisfação total e agora.
Almejo lapidar meus textos
Mas certas coisas como eu mesma
São ilapidáveis por excelência.
Permaneço com os versos toscos
E sigo pensando que aconteço.
Não encontro ouvinte para meus gritos.
Fumo e bebo como deveras sente.
Resta-me o último corpo
Antes da solidão do sono.
Não sou senhora de mim
E preciso de certos cuidados
Quando o poste se apaga.

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