um banho quente de tesão e ação de pensamentos absurdos

domingo, novembro 13, 2005

quere saber

não sei de mim
não sei de você
não sei de ninguém.
o que digo são
palavras cruas
calcificadas de carne e sal.
o que penso são
alucinações profanas
servidas com espagueti à bolonhesa
sob o mármore da mesa de jantar.
o que quero é não querer nada
nada ter que sofrer nada ter que amar
não quero me compadecer.
quero o aço quente
entrando na garganta
e esculpindo as lágrimas futuras,
e deveras esquecidas
pelo isolamento
cáustico da caverna tua
de solidão e ausências.
pra mim,
os teus farelos de gente
e uma dose
morna de sangue venoso
das tubulações apodrecidas dos dias.

O exílio do cão

UMA INSPIRAÇÃO!,
Eu berro.
E ela vem,
meio que caminhando e cantando...
Não sou mais rebelde, porra!
Mude essa roupa colorida que não te cabe mais
Guarde tuas petúnias
amarelas para enfeitar tua morte e tua caixa.
Olha, se continuar vacilando
eu te amarro
no escuro do sótão mofado
que ocupou o lugar de seu antigo
jardim desenhado por esperanças suicídas.
Não adianta mais,
o amor livre migrou
com os seus irmãos patos
para o fim do mundo mais próximo.
Venha também querido,
e traga suas armas de fogo,
porque o que resta agora
é só selvageria.