um banho quente de tesão e ação de pensamentos absurdos

quarta-feira, outubro 01, 2008

MUNDO DE MAQUINARIA

Essa vida rente
Todo dia me afoga um tanto
E engulo vez por vez tragos gordos
De uma salmora ácida

Imagino um cotidiano mais leve
Que me espera no próximo ponto de ônibus
Encho meus bolsos de devir
Tornando-me pesada para não ser captura

Assumamos sem demasia:
Estamos numa máquina de guerra
É preciso que se saiba o lugar onde se está agora

Em confrontos não há espaço para segundistas
Não tem lugar para indecisos
Aqui, caros, estamos falando de
Vencedores ou derrotados

Não há nada de poético nesse chão
Não há saída quando se escolhe o rifle
Não há atalhos:
Precisamos ultrapassar infantarias
E de preferência
Continuarmos vivos.


Nesse mundo de quem vê
Não existem cavalos mansos
Nem sofás domesticados
Estamos sempre armados
Prontos para abriga

Daqui de onde eu falo
Não existem plantações com coelhos de pelúcia
À minha volta tudo age selvagem
Ou você come ou é comido
Basta um descuido e pronto já foi devorado.

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