o leão de dez anos foi
exilado deste jardim
arrancado a força
aos berros.
eu conhecia bem esse leão
e vos digo: ele não queria partir
era do tipo que gostava de ver sua juba
sendo bajulada lambida roçada
me caçava como sua fêma,
mas não a única
nós nunca vamos sarar dessa ruptura
nem o leão nem o jardim onde ele passeava
com suas dores de menino
sua captura não resultou em
uma estátua de cimento
mas gosto quando encontro uma
na rua dessa cidade
para passar a mão na cabeça de concreto
e lembrar de quando te chamava
de apólo da minha savana
canibal devorador de animais
meu querido travesseiro humano
depois de sua partida
nunca mais consegui dormir direito
lembra como minha cabeça ficava
confortável entre seu ombro e seu peito?
no fundo voce tinha razão
eu não passo de uma gatinha manhosa e mimada
disposta em ser devorada pela paixão
um banho quente de tesão e ação de pensamentos absurdos
quinta-feira, setembro 11, 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Nossa!
sem palavras Thais...
Arrasou.
Postar um comentário