um banho quente de tesão e ação de pensamentos absurdos

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

CARTA A ANDRÉ

Acabo de arrumar as coisas
Deixo uns trapos para trás
Carrego um substantivo coletivo
de oitos malas sujas e esfarrapadas
Não conheço ninguém
de lá pra onde eu vou
Não estou reclamando
só reafirmando que consigo
não há mais minhas reabugices
Encontrei um poema que voce escreveu
um dos poucos
pois não se julgava digno da arte
e te pergundo, meu caro ator
quem é que é
o que dignidade tem a ver com isso?
Detalhes cadastrais nunca nos interessaram
Sei que está fora do jogo
isso deve ser bom, não sei
mas sempre está na minha coxia,
por cima das minhas cortinas
a arranhar feltros e veludos
no verão das cidades que habitamos
Agora eu e meu próprio peso
parecemos mais engarrafados do que nunca
estamos partindo para perecer mais devagar.
Lembra da tua obra?
"Tempo tão cru
ao mesmo tempo
tão cú comigo
Mesmo que tanto tempo
esvai sem saber
o quanto de tempo
te quero e te amo" André Ricardo
Falta faz-me ser sua diva
seu demônio
sua cúmplice nos atentados
ao cotidiano cimentado.

2 comentários:

elias disse...

podia de escrever viver
assim meu mundo
ia sucumbir a devaneios meus
letras ia inventar
mar nenhum de ninguém ia me separar
se quisesse ia tudo inventar
um dia de sol com o mar a me esperar
um dia de chuva quando para o tempo matar
um porto, desses bem seguros,
para minha vida estacionar
se de letras vivesse
o mundo seria assim
como se nada acontecesse
além daquilo
de que minha alma
simples assim
vivesse.

Anônimo disse...

Ler e lenmbrar!!! que seria o homem sem memoria? ou o que seria o homem? Nesse tempo de corações partidos cantemos o Jazz da solidão mesmo em meio a mulditão